O corpo humano não pode atuar com toda sua potencialidade sem um período de repouso. Especialistas da medicina reconhecem que muitas patologias do corpo e da mente podem ser curadas apenas com a ausência da atividade normal e cotidiana.

          Chegou o mês de janeiro.  Mês de pausa.  Reencontrar amigos distantes, conhecer outros lugares e, obviamente, ler um bom livro.

          A isto chamamos de férias!

          Conheçamos a pausa do menino Jefferson Silva, aluno da Escola Municipal Cícero Melo.
No dia do empréstimo de livros da sua biblioteca escolar, gerida pela mediadora Marlizete Ricardo, a professora estranhava o fato de que solicitava mais de um livro.  Quando questionado sobre o fato, descobriu-se que o menino tem, em um diminuto recanto, um espaço destinado à aulas particulares e à mediação de leitura.

O menino Jefferson lê uma das obras emprestadas para a Profª Marlizete Ricardo

       

          Durante as férias, quando o tempo destinado aos planos particulares de lazer é quase sacro, esta criança especial dedica-se à leitura para seus pares da vizinhança.
     
          A isto chamamos de benignidade, ou seja,  o amor em ação.



         

          Entendendo, mesmo com a tenra idade, o valor que a leitura tem, Jefferson dispõe-se a sacrificar seu tempo livre, em benefício do outro.  Sem necessidades de um espaço organizado, de material de excelência, um diploma ou um adulto, o poeta chileno estava certo quando disse que...

O Projeto "Parnamirim, um rio que flui para o mar da leitura", deseja que esse sonho se realize!

           Promovida pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Parnamirim, a Semana é um momento necessário e pontual de reflexão e aprimoramento dos profissionais da docência.

          Particularmente, o grupo de professores mediadores de leitura receberá a professora Miriam Dantas Araújo, Mestre em Educação pela UFRN, que discorrerá sobre o Plano Municipal de Promoção da Leitura Literária, em fase de conclusão na cidade de Natal.  A discussão será por demais útil na medida em que subsidiará a elaboração do documento da cidade de Parnamirim.

        Objetivamos, enquanto equipe, a continuidade de um trabalho iniciado, de maneira formalizada, que vê a leitura como indutora de uma práxis realmente transformadora.
Desejamos que este Plano seja fruto de um amplo debate com o parlamento, a sociedade civil organizada, com as escolas, entidades como a que reúne os bibliotecários, a UBE/RN, sindicatos, enfim,  todos que integram a cadeia do livro e que desejam participar deste momento histórico que é a construção do Plano nos próximos 200 dias letivos do ano de 2013.

          Afinamo-nos com o sentimento da escritora Clarice Lispector, quando disse que estava à procura de um livro para ler.  Ela dizia: “É um livro todo especial. Eu o imagino como a um rosto sem traços. Não lhe sei o nome nem o autor. Quem sabe, às vezes penso que estou à procura de um livro que eu mesma escreveria. Não sei. Mas faço tantas fantasias a respeito desse livro desconhecido e já tão profundamente amado. Uma das fantasias é assim. Eu o estaria lendo e de súbito, uma frase lida, com lágrimas nos olhos diria em êxtase de dor e de enfim libertação: Mas é que eu não sabia que se pode tudo, meu Deus!” (Clarice Lispector, “A paixão segundo G.H.”)

  Todo leitor está à procura deste livro.  Crianças de Parnamirim visitam as bibliotecas escolares nesta ânsia.  Enquanto elas – e nós – não o encontramos, divirtamo-nos com os errados!

Leitora da Escola Municipal Ivanira Paisinho em sua investigação