Conta-se que Ícaro, na mitologia grega, construiu asas feitas com cera de mel e penas de gaivotas para escapar de Creta. Seu sonho era voar, ainda que fosse necessário desrespeitar os conselhos do pai.
É com este mito que inicio esse post pra deixar registrado o "10º Seminário Potiguar Prazer em Ler: Conta mais dez?", ocorrido nos dias 12 e 13 de setembro, no CEMURE.
Meu leitor só entenderá a razão da escolha desse repertório com a figura abaixo:
Este foi um dos desenhos feito por uma criança, e exposto na cidade na Galeria Claudia Andujar, do Instituto Inhotim. A imagem foi posta durante a intervenção de Patrícia Lacerda, gerente de Educação, Arte e Cultura do Instituto C&A, no final da manhã do dia 13 de setembro de 2016.
Uma criança Yanomami que em nada difere de nossos meninos potiguares que, fascinada com os pássaros e sua liberdade, deseja mais pra si, deixou registrado o seu afã de voar em um helicóptero junto aos seus.
Acredito que o Seminário Prazer em Ler nos ensina e inspira a algumas ousadias. As muralhas tão bem construídas em nossas escolas que não valorizam os livros, as trincheiras cavadas de lugares sem bibliotecas e tantas outras barricadas que nos prendem ao chão podem ser derribadas depois de um tempo assim.
É tão bom e aconchegante morar no ninho, mas impulsiona-nos ao voo vislumbrar imagens de Graça Lima e Roger Mello, e entender como se arriscam em tantas alturas. Deu pra sentir o vento batendo em nossas asas ao ouvir Tâmara Abreu e Márcia Leite, falando de crianças e escolas. Apesar de nossos, os escritores potiguares em sua mesa, nos permitiram desejos ainda não experimentados – como em um voejo. E Cecilia Bajour nos levou para além de fronteiras.
Que os tantos inscritos de Parnamirim e dos demais quinhões aprendam com as crianças e os pássaros, que não se entregam ao medo de voar.
E eu, acanhada como sou, amo quando aplaudo os desejos de voar de aves como Claudia Santa Rosa, Maria Evania, Miriam Dantas e Volnei Canonica que plainam alto em sua ousadia.
Que este desejo tome nossas crianças: que virem vento, virem nuvem, virem livro, virem rio, virem mar.
Seguem alguns registros de nosso arrebatamento:
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