Quantos rios cabem no mar de Diógenes da Cunha Lima?

          Cabem quanto contabilizam o número de histórias valedouras que margeiam sua vida e encharcam de esperança os dias por vir!

          Mergulhados, também, em um curso de água natural, a Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes, em Nova Parnamirim, celebrou, junto aos mediadores de leitura que atuam nas bibliotecas escolares do município, no dia 06 de dezembro de 2017, as oito décadas de vida do poeta de memória cintilante que guardou, o livro e os livros, a música e as músicas, a poesia e as poesias, a arte e as artes.

         A biografia do escritor, poeta, advogado e professor, imortal presidente da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras foi narrada de forma poética e profunda, entre canções e textos lidos em um sarau lítero-musical por crianças, pela Profª Terezinha Martins e outros tantos professores. "Sua infância foi intensamente vivida, linda!"

         E, na correnteza da vida, rios se desaguaram e se encontraram, exatamente para celebrar, entre vozes líquidas de pássaros, sons de sinos e memórias de uma criança que teve o privilégio de conviver com notáveis, como Luís da Câmara Cascudo: a inteligência que bebemos em torrentes. O delicado e inconfundível aroma da aguapé, florada na água mansa, perfumou o ar daquela sala de estar. E ele estava lá, o maior folclorista de todos os tempos, assistiu a tudo, em sua cadeira de balanço com os olhos fitos na leitura que fazia.







          Uma relembrança da sua infância em Nova Cruz, seu encontro com Câmara Cascudo, sua produção literária, sua ligação com o baobá e o 'Pequeno Príncipe", dentre outro fatos memoráveis para todo o Rio Grande do Norte. 

         "Dr. Diógenes da Cunha Lima, filho, irmão, esposo, pai e avô amantíssimo; advogado, professor e reitor com reconhecida competência; amigo genuíno e afetuoso; homem amante da natureza, da arte, da literatura e da poesia; Escritor e poeta. Presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras.Imortal! No livro “Trem da minha vida” o Sr, escreveu que “Celebrar é comemorar, é assumir louvor. Temos muitas razões para celebrar”. Pura verdade!", registrou a mediadora de leitura Maria José, da instituição.

          Ao fim, um 'parabéns'a seu modo, com direito a música regional e bolo para comemorar, como regem os aniversários. Diógenes, emocionado, disse, diante, dos filhos e netos presentes: "É preciso celebrar!  E eu viveria mas oitenta anos pra experimentar um momento desses de intensa emoção!"

          E em celebrações como esta, crianças e professores de Parnamirim, todos regatos e ribeiros leitores de sua obra, batem à porta do seu ‘solar’ para beber e dar de beber em seu rio perene e ilustre. Na festa, centenas de livros foram doados para as bibliotecas escolares e para os mediadores de leitura presentes!  Que bom que somos todos bem vindos neste rio que flui!