Mediadores em voo na obra de Manoel de Barros

15:51:00Rio de Leitura

          A força verbal alucinante eivada de pássaros de Manoel de Barros foi exaltada na segunda formação do ano de 2018 através do pesquisador Luís Carlos Freire.  Na manhã e tarde do dia 21 de março, Dia Mundial da Poesia, o escritor que tanto se dedicou aos versos e viu o mundo através das lentes da beleza, pousou entre os mediadores de leitura da rede municipal de Parnamirim. 

          Absortos e silentes, os mediadores de leitura ouviram por mais de duas horas cada uma das palestras, que certamente fortaleceu o ofício de levar "a palavra que serve na boca dos passarinhos", como bem disse o poeta.  Tudo isso ambientado por casinhas das aves citadas, gentilmente cedidas pela colecionadora e mediadora de leitura Vera Vilela. 




       O que críticos e literatos disseram sobre ele entre depoimentos do próprio poeta mato-grossense, sua história - do seu nascimento até seu último voo - e, obviamente, leitura de muitos trechos das suas obras fizeram parte do encontro, entre emoções ministradas em gorjeios do coração de Luís Carlos. Pássaros outros como Carlos Drummond de Andrade, Jorge La Rossa, José de Castro e Gustavo Flaubert, dentre outros, também deram o ar de suas asas durante a palestra.

          Este sítio eletrônico deixa registrado nossa gratidão a Luís Carlos Freire pelo inesquecível voejo arrebatador.  Que este tempo desfrutado de alto desfrute estético contribua para cada mediador "crescer pra passarinho", como fez o genial Manoel de Barros.







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1 comentários

  1. Ontem vivemos em estado de passarinho. Descobrimos alfarrábios voejados de ninhos, cacarados de pureza, de águas saídas dos Barros da infância. Todos se molharam de Barros ebulido do Pantanal, Barros respingante de inocência. Todos se assustaram de Barros. Todos se felicitaram de Barros. Todos regrediram à infanciação a custo de Barros. Portanto se desmancharam em pássaros gigantes. Houve desencontros entre os nadas. Todos se perderam entre Barros. Por isso se encontraram. Por isso se soube possível chegar a lugar algum. Pois que vale mais que ir à Lua. Foi para os balseiros de esconder poesia que os mestres se vestiram de Barros, de tuiuiús, de capivaras, de lírios que gritaram uma voz de livro. Ontem nos escutamos meninos porque nos pertencemos ao amor num dia de ocasos. Num belo rio fluindo para o mar da leitura deslemos o tempo. Aos educadores que se deseducam pelo pertencimento à poesia, voo o meu estado de gratidão. Voo os meus delírios, em borbotões.

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