Haicais Manoel de Barros

Formação de julho traz os temas dos Haicais e Manoel de Barros em um delicado jardim

14:00:00Rio de Leitura

          A formação de leitores representa um dos grandes desafios da educação. Reverter esse cenário e formar leitores certamente não é tarefa fácil, mas o professor mediador de leitura tem um papel muito importante neste processo de mudança.

         E, como o professor influencia neste desempenho, a escolha de títulos, por exemplo, e saber fazer boas indicações literárias é fundamental para formar futuros leitores literários. Mas não só: é preciso estudar a obra, fazer leituras compartilhadas, explorar sua complexidade, propor discussões e dar voz aos alunos, para que eles sejam ativos nesse processo, conhecido como mediação de leitura.

          Por esta razão, justifica-se a formação ofertada pelo Rio de Leitura.  O último dia de julho foi um aceite com o processo imaginativo, a expressão e um encontro com a arte literária no Teatro Municipal de Parnamirim através da professora Gilvânia Machado, para versar sobre a forma concisa e poética de origem japonesa - "Haicais"; e do professor Felinto Gadêlha Segundo para conferenciar sobre a vida e a obra de "Manoel de Barros": ambos docentes da da rede municipal.



           Nos três versos do já considerado menor poema do mundo, coube José de Castro e muitas crianças bailarinas, Bashô e o cordelista José Acaci, Alice Ruiz e instrumentos de percussão, Lívio Andrade e outros tantos haicaistas, e acomodou-se, também, uma rã.  


"Velho lago/mergulha a rã/fragor d'água"




          E o mesmo animalzinho saltou na novidade do exercício de pensar das crianças trazendo criatividade, curiosidade, admiração e liberdade trazida por um dos mais aclamados poetas contemporâneos: Manoel de Barros.  Está certo o poeta que será o tema do espetáculo teatral capitaneado pelo professor e historiador Luis Carlos Freire, da Fundação Parnamirim de Cultura':


"Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas 
é de poesia que estão falando"

         Sim, estamos diante de um campo vivo em contínua relação com os leitores de hoje, que não são uma categoria homogênea, assim como os vários anfíbios; e é preciso muita competência para lidar com tais públicos.  Seguimos buliçosos em nosso rio, tal uma rã!




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