Só mesmo a literatura em seus vastos caminhos para dar acesso a uma infinita variedade de experiências como a ocorrida no penúltimo dia do mês de outubro de 2019. Foi como um retalho colorido, uma querida colcha de retalhos, plenas de significados; foram como águas que se encontraram.

          O Projeto Rio de Leitura e a escritora Glória Kirinus em um encontro em um parque verde.  Graças a parceria com a Paulus Editora, passamos a manhã a ouvir o que o Índico e o Atlântico, cheios de fé, nos diziam. A brisa salgada da voz da autora de literatura infantil e  juvenil e de livros teóricos na área disse: "Nas ondas transversais que aparecem no mar, umas são maiores porque nem tudo é regular e há a beleza do inesperado. Estou sempre atenta a isso: à beleza do inesperado".

           A arte literária nos conectou nos diferentes sotaques. Haviam professores que trabalham em bibliotecas escolares – também palavreiros que fazem desta cisma de palavras o ofício itinerante - e... crianças que, nas suas infâncias, (dita assim mesmo no plural), que desconhecem limites geográficos, etnias ou cores.  Elas traziam latas d'água - objetos tão importantes no Nordeste e traziam águas das cacimbas, barreiros e açudes.  Elas trazem vida!  Também abraços, balanços e livros, muitos livros no bosque; e o efeito foi único em cada um de nós. Também foi data para celebrar o fato de que a Biblioteca da Escola Brigadeiro Eduardo Gomes foi escolhida como uma das dez melhores iniciativas do país no tocante à formação de leitores pelo Instituto Pro-Livro. Bons ventos que sopram sobre nosso mar. E, enquanto Gloria dissertava sobre suas experiências enquanto doutora e avó, um bem-te-vi confirmava que era verdade.

"Onde encontrar respostas? No meu caso, no mar." Gloria Kirinus