Uma Biblioteca para Mulungu: e muitas para Parnamirim!

10:09:00Rio de Leitura

          Uma crônica narrada pelo crítico e poeta Affonso Romano de Sant'anna em seu livro "Ler o Mundo" fez parte do segundo encontro de formação do mês de outubro dos mediadores de leitura.

         Conta-nos Affonso que foi interpelado por um cidadão paraibano se sua cidade, a longínqua Mulungu, na Paraíba, com apenas vinte mil habitantes, “merecia” uma biblioteca. Na obra, o escritor discorre sobre o verbo em questão: 'merecer', como se este equipamento cultural fosse uma dadiva para uma classe de privilegiados ou um prêmio para alguns e enviou uma solicitação ao então governador, o também poeta Ronaldo Cunha Lima aos moldes dos cantadores do Nordeste:


"Todo crente tem sua Meca
e o povo de Mulungu
merece uma biblioteca"

         A formação seguiu com uma proposta diferenciada como a dos meses anteriores em 2018 com histórias de uma Mulungu/Parnamirim: no lugar do escritor reconhecido, um momento para a escuta; em vez dos slides com teorias orientadoras, uma economia dos gestos e palavras; e, no lugar da discussão, um silêncio ativo e um certo recolhimento.

          Na abertura que aconteceu no dia 31 de novembro de 2018, Dia Nacional da Poesia, a aluna do Sadi Mendes, nossa escola anfitriã, trouxe a leitura do poema "Biblioteca", da escritora potiguar Paula Belmino.  E seguimos na formulação de desejos e dificuldades dos professores que acreditam que a leitura deveria continuar tendo um lugar na vida escolar junto aos escritores presentes Ana Cláudia Trigueiro e Francisco Martins.



         Como estimulá-los a abrirem um livro, físico ou não, que contemplem histórias que os despertarão a desenvolver o hábito da leitura? Não há nada mais forte do que o exemplo.  Sendo assim, os professores presentes recomendaram livros de literatura que estão lendo e compartilharam títulos como "Arroz de Palma", de Francisco Azevedo, "As aventuras de Tom Sawyer" e "As Aventuras de Huckleberry Finn", ambos de Mark Twain, e, ainda obras potiguares como "O Voo da Coruja: das Dunas ao Deserto", de Gean Andrade e da escritora Salizete Freire.  





          O encontro, como sempre, um chamamento e uma renovação a essa tarefa que temos tão humana: fazer de Parnamirim e de Mulungu (leia-se Nova Parnamirim, Pium, Parque Industrial, Emaús e tantos outros) lugares plenos de bibliotecas.



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1 comentários

  1. Que momento mágico. Cada dia mais é urgente ler e estar entre os livros. Livro é um lugar, livro é livramento. Obrigada pela leitura do meu poema Biblioteca

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