Eles não poderiam ter sido batizados com outro nome: eles tinham que ser o "Semear Livros”:  um trabalho que exige esforço para se desinstalar do comodismo e seguir para escolas para doar/cultivar leitores.  Hoje, dia 9 de abril, a Escola Municipal Hélio Galvão, no Bairro Vale do Sol, foi a contemplada para receber cento e cinquenta novos títulos para a composição do acervo de sua biblioteca escolar: de clássicos universais como "Vinte Mil Léguas Submarinas", de Júlio Verne, até os contemporâneos como "Harry Potter"  do autor britânico J. K. Rowling.

          E a escola, em um trabalho protagonizado pela mediadora de leitura Wilde Valéria recebeu o grupo, durante a Semana Municipal do Livro de Parnamirim, dedicou, ao grupo, textos do escritor potiguar José Acaci e seu homenageado, Monteiro Lobato.

          Com os professores da escola, a semeadora Eloiza Cirne compartilhou sua experiência de leitura com as quase mil páginas da tetralogia "O Cemitério dos Livros esquecidos", de  Carlos Ruiz Zafón, que descreve um um lugar mágico e perdido em Barcelona, rodeado de segredos.  O que o grupo Semear pode estar certo é que aquela biblioteca secreta e labiríntica que funciona como depósito para livros abandonados não se dará em nossos territórios. 

Espontaneamente, ao fim do evento, Tiago, ainda que não alfabetizado, abraça Eloiza em gratidão!

          O Rio de Leitura, nesta nota pública, registra a gratidão pela semeadura em nossas bibliotecas, por todo o comprometimento neste processo longo e cansativo de limpar o terreno (recolhendo livros dos doadores), arar a terra (separando livros considerando a faixa etária e o perfil de cada leitor) e aguar as plantas (cumprindo este importante cerimonial de entregar o acervo nas escolas) desde o ano de 2016.  Certamente cada um destes leitores florescerá.

          O que o projeto "Semear Livros" faz, em solo potiguar, é tão mobilizador e confessional que, através de ações como essas - que, inclusive, envolve finanças pessoais de alta monta - pode-se dizer o quanto cada um e o grupo inteiro valoriza e compreende o poder da literatura. Não há o que fazer senão exclamar, em oração, junto com Castro Alves: "Oh! Bendito o que semeia Livros à mão cheia..."